Muros baixos e religião: a representação de um modelo de penitenciária feminina (1942-1955)

  • Daiane de Oliveira Tavares
Palavras-chave: Penitenciária, Mulheres, Arquitetura, Religião, A Estrêla

Resumo

O objetivo do presente trabalho é refletir sobre a organização institucional da Penitenciária de Mulheres de Bangu, criada em 1942, e a representação da referida unidade como exemplo de um novo modelo prisional. Utilizando como fontes de pesquisa o livro de visitantes da penitenciária em questão e a revista A Estrêla- Orgão da Penitenciária Central do Distrito Federal, busca-se compreender as vicissitudes do encarceramento feminino nas décadas de 1940 e 1950. Pautado em um modelo arquitetônico com muros baixos, capela, sala de moral e outros espaços voltados para uma proposta que se dizia menos repressora e focada numa formação de base religiosa, podemos falar em reais avanços ou numa proposta que visava reforçar a submissão feminina? A análise da reforma penitenciária ocorrida nesse período ajuda a compreender como a instituição penal voltada para as encarceradas vem se estabelecendo a partir de uma formação sexista, religiosa e moralizante.

Publicado
2024-03-23
Seção
I. Historiografía de las prisiones y otras instituciones de control social forma