A noção de preso político em memórias de experiência prisional - Brasil, décadas de 1930 e 1940
Resumen
O presente artigo busca analisar a noção de preso político em quatro obras de memórias escritas e publicadas durante a Ditadura Militar (1964-1985) por autores que viveram a prisão política por conta da militância comunista durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945): Vida de um revolucionário (1962), de Agildo Barata, Memórias (1979), de Gregório Bezerra; Caminhos Percorridos (memórias de militância) (1982), de Heitor Ferreira Lima; e Uma vida em seis tempos (memórias) (1976), de Leôncio Basbaum. Partimos do pressuposto de que a noção de preso político é uma categoria historicamente situada, contextual e relacional. Compreendemos os autores enquanto atores históricos que buscam dar sentidos a essa noção a partir da própria experiência, participando das disputas de signifi cados em torno da prisão política. O objetivo é compreender como estes sujeitos, ao narrar as experiências de prisão, construíram a identidade de preso político e, de forma dialética, construíram também uma imagem do chamado preso comum como o seu outro, oposto, negativo e estigmatizado.